no fundo do poço

o sapo diz

posso

tripolar

quero não tropega
intrépida noturna eu

odores
quero outros
praias outras
manhãs

não quero novalgina
oxcarbazepina

quero um
quero-quero.
epilepsia
expansiva convulsiva
viva

no meio do mato
grilos?
muitos
mas que sejam verdes

borboletas em bando
pra me socorrer
quando entrar
na ausência
esse oco

e só a fala de um japurá
pode me acordar

o asteróide

desliza e explode

como pode?

como morrem as borboletas?

como morrem as borboletas?
talvez voando ao vento?
ou pausadas
sob o amarelo
azul violeta...
ou simplesmente
borboletas distraídas
destruidas pelo vento
ultimo vôo
vencidas
com sorte...
sobre a margarida

pois é

ser amado então

será assim tão bom?

o que eu sei

é que às vezes

a vida nos quer só

como um átimo de pó

ouviu?

corre o rio