Wednesday, June 20, 2012
Monday, June 18, 2012
Sunday, June 17, 2012
Friday, June 01, 2012
agua
“A agua e os sonhos”
A poética das
imagens, aqui ,se nutre da água, ativa e dinâmica.
A água, agrupando as imagens, dissolvendo as
substâncias, desobjetiva, assimila e propõe uma sintaxe: A ligação, e o suave movimento das imagens, libera o devaneio preso aos objetos . A água
acolhe, tem corpo e voz, é uma realidade poética completa, é unidade.
As imagens são ativas e dinâmicas, atuam no instante inesperado, devaneio
material das substâncias orgânicas, em seu espelho, por seus reflexos duplica o
mundo e as coisas, a liberdade visual o núcleo onírico destacado do realismo
estático, a contemplação profunda pode ser vivida e sentida com acuidade.
Como diz Gaston
Bachelard:
“A imaginação, aqui, não é a faculdade de formar
imagens da realidade, é a faculdade de formar imagens que ultrapassam a
realidade” - abrir olhos, ter visões ativas - sendo assim estão distantes de um
psicologismo fragmentado, atuam no instante inesperado. A água se torna um suporte de imagens que se
materializam; lente e espelho e atingem as profundezas e se torna imaginação
material, imagens carregadas de uma matéria onírica e densa.
Como se vê estamos trabalhando no eixo da “imaginação
materialista”, onde toda imagem possível provém da matéria, assim uma gota
d’agua, apenas uma gota d’agua vivida em profundidade pode criar, um mundo, do
sonhador e em seguida diluí-lo, mas com o mesmo poder de leva-lo a estados de
espírito material outros, a água assim dinamizada é um embrião; da à vida um impulso
inesgotável.
“O indivíduo não é a soma de suas impressões gerais,
e´a soma de suas impressões singulares”(1)
aqui está explícita a fenomenologia,
investigação filosófica que afirma a importância dos fenômenos subjetivos
estudados em si mesmo(2), distante do
racionalismo ativo, do racionalismo crescente da ciência contemporânea. É
necessário estar presente na imagem no
minuto da imagem, no gelo do instante, no clic, adesão total a uma imagem
isolada no próprio extase da novidade da imagem, sem pscologisar, sem passado
ou futuro . Como diz René Huyghe(3) “a vida interior alimenta-se da visualidade”,
Estão aqui reunidas algumas imagens poéticas do espaço
feliz, onde se juntam exterior e intimidade, onde tais fragmentos nos revelam
um espaço poético que caminha e revela os sentidos.
Em algumas imagens temos uma água morta, onde entram
os esgotos, mas mesmo assim, cheia de vida, apesar de contraditório essa água
dormente oferece uma melancolia sonhadora e calma, todos nós quando sentamos às
margens de um igapó vivenciamos um devaneio profundo sentido na carne, nos
órgãos.
A água bebe e engole as sombras, assim como os
reflexos; a água tem memória,quando evapora carrega essa memória que, vem desde
sua nascente até seu deságue, a água também morre, aqui se encontra no máximo
de sua densidade, na sua estrutura interna,
e no seu infortúnio, mesmo essa água dormente tem vida , é matéria
fundamental para uma subjetividade que se encontra presente no instante do
agora, um olhar atento a essa substância líquida, lúdica e rica encontra na
lâmina e fundo das águas, camadas de profundidade, mundos, visões.
(1) - Gaston
Bachelard – em a água e os sonhos .
(2) - fenomenologia –
investigação filosófica fundada por
Husserl , afirma a importância dos fenômenos da consciência , os quais devem ser estudados
em sí mesmos., idealizador de uma filosofia descritiva da experiência
subjetiva. O filósofo Gaston Bachelard é a expressão máxima da filosofia da
fenomenologia contemorânea.
Subscribe to:
Posts (Atom)