“A água e os sonhos”
A poética  das
imagens, aqui ,se nutre da água, ativa e dinâmica.   
A água, agrupando as imagens, dissolvendo as
substâncias, o  suave movimento das
imagens,  libera o devaneio preso aos
objetos . A água acolhe, tem corpo e voz, é uma realidade poética completa, é
unidade.
As imagens são ativas e dinâmicas,  atuam no instante inesperado, devaneio
material das substâncias orgânicas, em seu espelho, por seus reflexos ,duplica
o mundo e as coisas, a liberdade visual o núcleo onírico destacado do realismo
estático, a contemplação profunda pode ser vivida e sentida com acuidade.
imagens que ultrapassam a realidade , abrir  os olhos, ter visões no instante inesperado. A
água  se torna um suporte de imagens que
se materializam, lente e espelho e atingem as profundezas e se torna imaginação
material, imagens carregadas de uma matéria onírica e densa.
 toda imagem
provém da matéria, assim uma gota d’agua, apenas uma gota d’agua vivida em profundidade
pode criar um mundo, o do sonhador, e em seguida diluí-lo, mas com o mesmo
poder de leva-lo a estados de espírito outros onde fica possível se reorganizar
enquanto indivíduo, é um embrião de possibilidades de outros olhares sobre um
mesmo tema, um outro angulo, um outro fonema ,um outro esquema ,um outro jeito
de ver o outro, um deslocamento de sí, a água permite o sonhar.
        O
indivíduo não é a soma de suas impressões gerais, e´a soma de suas impressões
singulares , so é necessário estar presente 
na imagem no minuto da imagem, no gelo do instante, no clic, adesão
total a uma imagem isolada no próprio extase da novidade da imagem, sem passado
ou futuro . Como diz René Huyghe “a vida interior alimenta-se da visualidade”,
    Estão aqui
reunidas algumas imagens poéticas do espaço feliz, onde se juntam exterior e
intimidade, onde tais fragmentos nos revelam um espaço poético que caminha e
revela os sentidos.
todos nós quando sentamos às margens de um igapó
vivenciamos um devaneio profundo, sentido na carne, nos órgãos. 
    A água bebe
e engole as sombras, assim como os reflexos; a água tem memória, quando evapora
carrega essa memória que, vem desde sua nascente até seu deságue, a água também
morre, aqui se encontra no máximo de sua densidade, na sua estrutura
interna,  e no seu infortúnio, mesmo essa
água dormente tem vida , é matéria fundamental para uma subjetividade que se
encontra presente no instante do agora, um olhar atento a essa substância
líquida, lúdica e rica encontra na lâmina e fundo das águas, camadas de
profundidade, mundos, visõe aqui expostos nos clics. Boa viajem
Elisabete ghisleni
















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